terça-feira, 5 de março de 2013

Regras para quê?

Mais tarde ou mais cedo teria de acontecer. Finalmente tive a minha primeira experiência de condução em Angola, foi Luanda, a capital a proporcionar esta nova etapa de integração no país que agora me acolhe.
Conduzir em Luanda é de facto um enorme desafio, é difícil para um Europeu entender que aqui só se respeitam menos de meia dúzia de regras, ou melhor, de sinais, "transito proibido" e "sentido proibido" são os únicos a serem respeitados, tudo o resto simplesmente não existe nesta batalha que diariamente Angolanos travam nas ruas da grande Luanda.
Não existem culpados para esta situação, mas os candongueiros, uma espécie de taxis de lotação superior que usam maioritariamente Toyotas Hiace (ler: i asse) contribuem de forma significativa para a desordem que reina no transito, param quando e onde lhes convém para deixar ou recolher um passageiro, mesmo que o façam varias vezes num espaço de menos de 100 metros, o importante para eles é facturar. A proliferação destes veículos azuis e brancos, é tal, que a existência de transportes públicos é diminuta para não dizer inexistente.
Os candongueiros fazem um serviço público não oficial mas controlam os transportes nos locais onde operam.
Depois existem os Toyotas Starlet e Corola que efectuam o mesmo tipo de serviço mas dentro dos musseques, onde as Hiace não vão estão estes veículos, onde estes não vão estão as motas e onde as motos não vão, é porque não existem quatro paredes e um tecto.
Esta é a hierarquia dos transportes na área da grande Luanda. Depois existe o transporte particular, algo que eu ainda estou para descobrir o que é!
Por obra de alguns engenheiros, os Angolanos circulam maioritariamente pela esquerda, é que foram criadas viragens de sentido sempre à esquerda da faixa de rodagem, o que cria filas nessas faixas tanto a tentar sair como a entrar na faixa de sentido contrario, mesmo nas vias modernas a inexistência de nós de inversão é incompreensível.
Foi uma media puramente económica mas que cria enormes dificuldades à fluidez do transito, mas o pior é que mantêm esta intenção nas obras que estão a decorrer e nos projectos futuros lá está reflectida a "brilhante" ideia importada do Brasil.
Voltando à minha primeira experiência de condução por estas paragens, devo confessar que fiquei surpreendido por rapidamente aprender que onde cabem dois carros lado a lado independente do sentido em que circulam cabe sempre mais um no meio e com alguma destreza cabem dois e ainda é capaz de cruzar uma mota.
A Inês, que estava sentada no lugar do navegador, passados alguns minutos de termos partido em direcção ao nosso destino, comenta, "ou entras no esquema ou não andas meia dúzia de metros", foi complicado mas depois de alguns minutos entranha-se e quase conduzi como os Angolanos... regras para quê?

Sem comentários:

Enviar um comentário